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Disse-me um Adivinho

TINTA DA CHINA
07 / 2009
9789896710187
Portugués
LITERATURA DE VIAGENS
Literatura

Sinopsis

A vida oferece-nos sempre uma boa oportunidade. O problema é sabermos reconhecê-la, o que nem sempre é fácil. A minha, por exemplo, tinha todo o ar de ser uma maldição. «Cuidado! No ano de 1993 corres um grande risco de morrer. Nesse ano, não andes de avião. Não andes nunca», dissera-me um adivinho. Aconteceu em Hong-Kong. Encontrara aquele velho chinês por acaso. No momento, aquelas palavras impressionara-me, como é óbvio, mas não me causaram grande preocupação. (...) A ideia de passar um ano inteiro sem voar agradava-me só por si. Sobretudo como desafio. presumir que um velho chinês de Hong-Kong pudesse ter a chave do meu futuro divertia-me imenso. (...) De repente, privado da possibilidade de correr para um aeroporto, pagar com um cartão de crédito, escapulir-me como um foguete e, num abrir e fechar de olhos, encontrar-me literalmente em qualquer parte, fui obrigado a encarar o mundo como um complexo emaranhado de países, separados por braços de mar que é mister atravessar, por rios que é preciso transpor, por fronteiras para cada uma das quais é necessário um visto; e um visto especial, que diga «via terrestre», como se essa via, sobretudo na Ásia, se tivesse entretanto tornado tão insólito que convertia automaticamente num suspeito qualquer indivíduo que insistisse em usá-la. Deslocar-me de um sítio para outro nunca mais foi uma questão de horas, mas de dias, de semanas. Para não cometer erros, antes de iniciar viagem tive de olhar bem para os mapas, de recomeçar a estudar geografia. As montanhas voltaram a ser possíveis obstáculos no meu caminho, em vez de bonitos e irrelevantes retoques numa paisagem vista da janela de um avião.

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